Tavares, Daniel contemporâneo, se lança na cova das duas leoas

Publicado em 10 de Novembro de 2011 por José Seabra
Não se sabe se por imaturidade, mas deputadas não mediram consequências ao dar crédito a um marginal
Não se sabe se por imaturidade, mas deputadas não mediram consequências ao dar crédito a um marginal

A história da humanidade relata um dos mais belos eventos bíblicos sobre a força da fé. Conta-se que na Babilônia, nos primórdios da antiguidade, havia adoração a muitos deuses, inclusive ao rei, Dario, que recebia tal emblema divino por conta do seu poder imperial de governante.
Na Bíblia, Daniel é descrito como um cidadão correto, mas diferente de outros da Babilônia. Ele adorava apenas ao Deus único. Seus inimigos, sabendo das suas convicções, passaram a tramar uma forma de indispô-lo com o rei. Redigiram um código legal e utilizaram-se da vaidade do monarca para estabelecer que na Babilônia, por um período de 30 dias, todas as preces religiosas deveriam obrigatoriamente ser dirigidas ao rei Dario.

Daniel soube da imposição legal, mas não teve sua fé abalada. Continuou a dirigir suas orações ao seu deus único, Pai Criador de todas as coisas. Seus adversários foram ao rei e denunciaram a desobediência do súdito. O imperador, sentindo-se ofendido, determinou o aprisionamento do rebelde religioso numa cova com leões.

A determinação real era para que Daniel, pecador, permanecesse uma noite entre as feras. Para sobreviver, o fervoroso súdito deveria pedir proteção ao seu deus único. Assim foi feito.
Daniel foi aprisionado com os leões e o monarca ficou na expectativa do desfecho. Quando a Lua recolheu-se, o Sol apareceu e a cova com os leões foi aberta, a grande surpresa. Daniel estava vivo. Suas orações trouxeram um anjo do Senhor que manteve as feras dóceis, com as bocas fechadas.
A partir de então, a fé, a firmeza de propósitos e a retidão dos atos de Daniel viraram um exemplo para quem crê em Deus e acredita na Sua intervenção milagrosa e salvadora.

Essa passagem bíblica é relembrada por conta dos últimos acontecimentos políticos no Distrito Federal. Um suspeito personagem que assina Daniel Tavares, que trabalhou num laboratório farmacêutico, resolveu entrar voluntariamente na cova de duas leoas com assento na Câmara Legislativa. Feras que, como adversárias políticas, desejam a dissolução da reputação pessoal do governador do Distrito Federal.

Daniel Tavares entrevistou-se com as deputadas Celina Leão e Eliana Pedrosa, ambas do PSD, a quem contou estórias contra Agnelo Queiroz, apresentou recibo de transação bancária, fez acusações caluniosas e pediu, em troco, dinheiro e proteção. Com a conta bancária abastecida com 400 mil reais, dirigiu-se a uma outra cova, para tecer loas da sua amizade com o governante, afirmou ter devolvido recursos de um empréstimo pessoal e acusou as leoas da política de terem ofertado vantagens financeiras para que caluniasse Agnelo.

A falta de retidão moral de Daniel Tavares e a sua vocação para adorar a vários deuses e senhores, levou-o ao caminho da mentira e da desonra. A política de Brasília, já tão vitimada por fatos pretéritos, persistiu na sua trajetória de desmoralização. A passagem bíblica deveria produzir uma grande inspiração nos políticos da cidade. O exemplo virtuoso do Daniel babilônico e a retidão da sua conduta poderiam muito bem ser a prática do exercício da atividade política na capital da República.

Brasília é uma cidade vitimada por maus exemplos. É chegado o momento de a política local encontrar um caminho moral para voltar a ser discutida pelo cidadão de bem.  Porque enquanto nossos políticos e governantes estiverem vivendo em alcovas alheias, dissimulando atos de encontros fortuitos com quem não tem caráter, terão como fim a cova do leões. Mas serão devorados como está sendo Daniel Tavares; não serão salvos como foi, pela versão bíblica, o fervoroso discípulo do deus único.
E quando isso acontecer, serão todos ateus, porque não haverá voz suficiente para chegar a ouvidos distantes, implorando o tão comum Deus, nos acuda!!!

Novo Comentário