Lula e Dilma envernizam o palanque de Haddad



Repete-se sob Dilma Rousseff um fenômeno que marcou a gestão Lula. Quando estão em jogo os interesses eleitorais, o governo tira da bandeira o ‘Ordem e Progresso’. Substitui o lema positivista por outro, mais pragmático: ‘Guerra é Guerra’.
Nesta segunda (23), Dilma converteu o Planato em palanque. Presidiu uma cerimônia de despedida de Fernando Haddad, que deixa a pasta da Educação para mergulhar na campanha municipal de São Paulo. O pretexto foi a milionésima bolsa do ProUni. Dilma aproveitou para tentar vestir um dos calcanhares do neocandidato.
Discursou: “Acho muito importante fazer a defesa do Enem como forma mais democrática de acesso dos jovens ao ensino universitário. É um exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad de assegurar uma transformação e uma deselitização do ensino universitário no nosso país.”
Dilma reprometeu para 2013 algo que Haddad prometia há três anos e não cumpriu: a realização de dois exames anuais do Enem: “Nós melhoramos, vamos melhorar ainda mais e vamos ter depois, no ano que vem, duas edições, isso em concordância com o ministro, até por sugestão do ministro.”
Nesta terça (24), Lula deve imprimir suas digitais na operação ‘levanta Haddad’. O ex-soberano programou uma viagem a Brasília. Vai participar da cerimônia de transmissão de cargo de Haddad para Aloizio Mercadante, o novo titular da Educação.
Patrono de Haddad, Lula não dava as caras no Planalto desde que passou a faixa para Dilma. Abre agora uma exceção em meio às sessões diárias de radioterapia. Guerra é guerra.

Josias de Souza

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